O Decreto Nº 9.759 de 2019, editado no governo Bolsonaro descontrói o processo de participação dos Povos e Comunidades Tradicionais na formulação e fiscalização das políticas públicas. O texto busca pensar motivos e consequências desta interrupção da relação dos povos e comunidades tradicionais com o aparato estatal. Por Marcius Coutinho, doutorando em Ciência Política da Unicamp e membro do Núcleo de Pesquisa em Participação, Movimentos Sociais e Ação Coletiva (NEPAC).
Por Rebecca Neaera Abers (Resocie, Instituto de Ciência Política, Universidade de Brasília).
No final da tarde de sexta-feira, 23 de agosto, manifestantes em defesa da Amazônia e contra o governo Bolsonaro protestaram em diversas cidades no Brasil e no exterior. Chegando em casa, os manifestantes brasileiros viram pela televisão o presidente moderar o tom e a direção do discurso. Ao longo de julho e agosto, Bolsonaro repetidamente afirmou que as queimadas não eram um problema sério, chegando a sugerir no dia 21 de agosto que, se existissem, teriam sido causadas por ONGs, mantendo seu estilo habitual de criminalização do ativismo.